top of page

 Uso das TDIC na prática de docentes das Humanidades no ensino médio público em Pernambuco

O que esta página contém:
1. Perfil do professor
2. Uso das TIC na prática docente

     Partindo do cenário trazido pela BNCC e do histórico de políticas governamentais brasileiras que buscam inserir as TDIC no currículo das escolas públicas, apresentamos neste trabalho os dados coletados em pesquisa realizada pela Fundação Joaquim Nabuco intitulada “Divulgação científica na internet e o ensino de Ciências Humanas na Educação Básica”. Foi aplicado questionário eletrônico utilizando a ferramenta Google Forms, incluindo perguntas que versavam sobre sua carreira e práticas docentes envolvendo as TDIC, alcançando um total de 96 respondentes.


     Atentamos que os dados coletados não têm representatividade estatística, sendo um projeto exploratório que não tem intenção de generalizar conclusões sobre todos os professores da rede pública de ensino. Todavia, as conclusões do trabalho podem dar indícios compatíveis com a realidade de outros professores pernambucanos, ou de outros estados brasileiros, na mesma situação dos participantes da pesquisa.
    

O docente

      A primeira etapa do questionário focou em aspectos sociodemográficos e de carreira dos professores de Ciências Humanas do ensino médio público em Pernambuco, a fim de demarcar o perfil dos participantes.

     Aproximadamente 44% dos professores têm entre 30 a 39 anos, e cerca de 32% têm entre 40 a 49 anos. As menores porcentagens são para professores entre 50 a 59 anos (12%), 20 a 29 anos (7%) e 60 anos ou mais (4%).

 

     Em relação ao gênero, as mulheres se destacaram na pesquisa, compondo 63% dos docentes em comparação a 36% do contingente do gênero masculino.

    Os respondentes, em sua maioria, leciona para turmas do Ensino Médio (83%) e Fundamental II (15%), tendo 11 anos ou mais de experiência (63%). Em relação a esta última questão, ainda são expressivos os números daqueles que responderam ter de 6 a 10 anos de sala de aula (24%) e 1 a 5 anos de sala de aula (10%).


     Computador pessoal (88%), celular (87%) e computador da escola (58%) foram apontados como os principais equipamentos para acesso à internet pelos professores. De modo correspondente aos aparelhos, as principais conexões foram Wi-fi (90%), 3G/4G (53%) e internet a cabo (19%). O acesso à internet é feito todos os dias por 96% dos participantes.

     Questionados sobre quais disciplinas lecionam, como o survey permitia múltiplas respostas, no gráfico abaixo demonstramos que os docentes são responsáveis simultaneamente por mais de uma disciplina do currículo escolar.

Fundaj-pesquisa.png

     Desse modo, reunindo os dados mais expressivos coletados, podemos delinear o perfil geral do docente participante da pesquisa como sendo uma mulher, entre 30 a 39 anos, que leciona há 11 anos ou mais para turmas do Ensino Médio da rede estadual de ensino. A disciplina pela qual é responsável é história, o que não a exime de ensinar também outras disciplinas das Ciências Humanas. Seu acesso à internet ocorre através do computador pessoal ou celular, por Wi-fi ou 3G/4G.

As TDIC na prática docente

      Afirmam usar a internet para auxiliar sua prática docente 99% dos professores participantes da pesquisa. Levantamos, assim, a hipótese que os professores representantes do grupo que não utiliza a internet em sua prática profissional não respondeu ao questionário enviado por e-mail.

 

     Os participantes contam com o aporte das escolas, que em 83% dos casos disponibilizam computadores com acesso a internet para os docentes. Todavia, a situação dos alunos é dividida, pois segundo os entrevistados 53% das escolas dispõem de computadores com acesso à internet para os alunos, enquanto 46% não disponibilizam. Perguntamos também quais endereços web costumam usar para auxiliar sua prática docente. Em resposta espontânea, foram diversas as ferramentas apontadas pelos participantes, entre elas sites governamentais, portais de conteúdo educacional, plataformas de compartilhamento e autopublicações como blogs alimentados por professores.

tabela.png

     Com foco em recursos disponíveis na internet com conteúdos de divulgação científica, de forma direcionada em questão de múltipla escolha, solicitamos que os professores marcassem os tipos de recursos que conhecem, ainda sem direcionar se o utilizam em sua prática docente. O gráfico a seguir apresenta as respostas a esta questão, trazendo canais de Youtube como o recurso com maior grau de reconhecimento pelos professores (73%), seguido dos portais de recursos educacionais abertos (69%). Atentamos neste gráfico para o reconhecimento de modalidades de autopublicação como blogs de divulgação científica e redes sociais como páginas no Facebook e perfil no Instagram de divulgadores de ciência e grupos de professores no Facebook.

3.png

     Em seguida, trazemos a questão “Quais recursos disponíveis na internet você usa em sua prática docente?”. As respostas reforçam alguns dos dados já coletados, como o uso do Youtube, do Google, de sites e de portais. Em adição há o recurso do e-mail como um dos protagonistas, com porcentagem expressiva de uso (58,9%). Todavia, não é possível afirmar que o uso dessa ferramenta se dá na relação aluno-professor, pois é sabido que o e-mail é a principal ferramenta utilizada pela direção da escola para a comunicação escola-professor. O gráfico abaixo apresenta os dados consolidados desta questão. Chamamos a atenção para o uso de blogs como fonte de informações capazes de auxiliar a prática docente. O recurso é reconhecido por 46% dos respondentes e considerado como fonte de informações para auxiliar sua prática docente por 38,9% dos professores. Percebemos, assim, o crescimento da autopublicação como referência confiável, tendo na experiência de colegas de profissão e em seus relatos um conteúdo utilizado no cotidiano dos docentes. Percebe-se a busca de recursos disponíveis na internet como estratégia para complementação do material didático, tendo no trabalho de curadoria a dedicação de tempo de professores em busca de objetos digitais capazes de auxiliar sua prática docente e o diálogo com uma juventude conectada.

4.png
lápis

      A fim de entender de que forma a internet é usada na prática docente e quais seriam seus impactos, pedimos aos respondentes em questão aberta que relatassem uma experiência de uso da rede em sua prática docente. Cerca de 19 respostas mencionaram o uso de materiais audiovisuais como vídeo aulas, filmes e documentários disponíveis no YouTube para a promoção de discussões dos temas abordados em sala. O uso de música e imagens também foi destacado entre as respostas.


     Os docentes também se apropriam de recursos disponíveis na internet para elaborar as avaliações dos alunos. Dos respondentes, oito afirmam usar bancos on-line de questões de concursos públicos, do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e demais vestibulares. Enriquecer a aula com bibliografias que complementam o material didático tradicional ou que vão além dele é outra motivação que leva o professor a buscar a rede: 19  professores afirmaram recorrer à internet para procurar por materiais extras e se aprofundar nos assuntos
lecionados. Além disso, afirmam estimular os alunos a fazerem pesquisas on-line.


     Os professores mostram iniciativa em utilizar as redes sociais e dispositivos como tablets e celulares para enriquecer a dinâmica de aprendizado dentro e fora da sala de aula. Dessa forma, 11 profissionais relatam que atividades são enviadas por e-mail ou realizadas com o auxílio das redes sociais e são promovidas aulas “com celulares para o auxílio de localização”, ”uso dos tablets com os estudantes para pesquisa em sala de aula”, “atividade em sala de aula com o uso de celular e internet” e “leituras de texto PDF para os grupos do WhatsApp das salas”. Outras iniciativas citadas tiveram o aporte da tecnologia e puderam ir além dos muros da escola, como nos casos em que relataram o “uso das redes sociais como subsídio pedagógico no ensino aprendizagem, através do desenvolvimento do Projeto Geografia Conectada”, “desenvolvi projeto com objetivo de fazer um levantamento dos casarões históricos onde os alunos residem, ao fazerem o registro fotográfico os alunos compartilham comigo via rede social” e “todo ano fazemos o Stand Up geográfico. Os alunos produzem um vídeo e postam no YouTube”. As demais respostas foram positivas em relação aos benefícios do uso da
TDIC em ambiente escolar. Os participantes pontuam que tal diferencial torna a aula mais interessante e dinâmica para os alunos. Também, é capaz de trazer benefícios para o professor que pode, por exemplo, pesquisar planos de aula disponíveis na web ou materiais diferentes dos tradicionais, expandindo assim o conhecimento dos alunos.

 

     

 

     Ao serem perguntados se produziam conteúdos na internet para as disciplinas que lecionam, 82 responderam não contra 13 respostas afirmativas. Porém, na etapa para indicar o link do material produzido para conhecimento dos pesquisadores, apenas nove docentes responderam e apenas dois disponibilizaram os endereços diretos para acesso aos seus blogs profissionais. Os outros escreveram nomes de portais em que os conteúdos podem ser publicados, mas não indicaram diretamente o link para o seu trabalho, permanecendo a dúvida se realmente geraram conteúdos próprios. 

blog-tecnologia-na-educacao-celular-em-s
images.jpg
bottom of page